Quando o assunto é câncer de mama, a atenção não deve ser apenas com as mulheres. Nossas companheiras de quatro patas também estão em risco e precisam de cuidados específicos, especialmente nos meses mais quentes, quando os tumores podem avançar sem que ninguém perceba.
“É um câncer muito comum em pets, principalmente em cadelas”, alerta o médico veterinário Thiago Borba. Segundo ele, o fator genético é um dos principais vilões. “A seleção de matrizes sem critério acaba repassando essa predisposição às gerações seguintes.”
A veterinária Ana Carolina F. de Mattos concorda e acrescenta: “É uma das neoplasias mais frequentes em fêmeas. Além da genética, o uso de anticoncepcionais hormonais e a idade avançada também aumentam o risco”.
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O toque que salva
Assim como nas humanas, o diagnóstico precoce faz toda diferença. E a chave está no toque. “Palpar as mamas deve fazer parte da rotina do tutor. Procurar por caroços, nódulos, qualquer massa diferente”, orienta Thiago. Ana Carolina reforça a lista de sinais de alerta:
- Caroços nas cadeias mamárias;
- Vermelhidão ou secreções nas mamas;
- Feridas, dor ou sensibilidade ao toque;
- Perda de apetite ou apatia.
Notou algo diferente? Procure imediatamente um veterinário. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura.
Castrar ou não castrar?
A castração ainda é uma aliada importante na prevenção, mas com ressalvas. “Alguns cânceres se desenvolvem com ajuda de hormônios. Quando castramos, interrompemos a produção de boa parte deles”, explica Thiago.
Ana Carolina complementa com uma visão mais ampla: “A idade ideal da castração varia de acordo com o porte e o histórico do animal. Castrar antes do primeiro cio pode reduzir o risco de câncer de mama, mas também aumenta o risco de outros problemas, como displasia ou infecção urinária. A decisão precisa ser individualizada.”

E se o câncer de mama aparecer?
Infelizmente, muitos casos só são descobertos quando os tumores já estão visíveis. “A cirurgia é o principal tratamento, com remoção dos nódulos ou até da cadeia mamária toda. Em casos mais graves, é preciso combinar com quimioterapia e dieta específica”, explica Ana Carolina.
A especialista confirma: “Se o diagnóstico for precoce, a chance de cura é alta. Mas quando há metástase, o tratamento passa a ser paliativo.”
O cuidado de hoje vale muitos anos de carinho
Em tempos de Outubro Rosa, o lembrete é simples: cadelas e gatas também merecem esse cuidado. O exame de toque, a castração consciente e a atenção aos sinais salvam vidas e garantem muitos anos de companhia, saúde e afeto.
“Converse com o veterinário, conheça o histórico do seu pet, observe o comportamento. E lembre-se: uma pelagem ou olhos de cor muito diferente do padrão podem indicar uma genética mais sensível a certos tipos de câncer”, alerta Thiago.