bares de São Paulo suspendem venda de bebidas destiladas

Diante dos casos de intoxicação por metanol em São Paulo, diversos bares do estado anunciaram a suspensão da venda de bebidas alcoólicas. Os comunicados estão sendo feitos via redes sociais, próximos à chegada do final de semana, em que o consumo dos produtos aumenta consideravelmente.

Dentre as medidas anunciadas, os estabelecimentos afirmam que estão suspendendo, de forma temporária, a venda de bebidas como whisky, gin e vodca – bebidas cuja adulteração com metanol já foi confirmada. Seis pessoas já morreram até esta sexta-feira (3/10), sendo um óbito confirmado por intoxicação pela substância.

Até o momento, o governo de São Paulo não confirmou se o risco se restringe à bebidas destiladas. Também não foram informadas quais marcas foram adulteradas.

Associações se posicionam

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do estado (Abrasel-SP) divulgou uma nota alertando bares e restaurantes sobre os riscos de bebidas falsificadas, potencialmente adulteradas com metanol.

A organização destaca que a prática é criminosa, “que ameaça a saúde dos consumidores, prejudica a credibilidade dos bares e restaurantes e gera prejuízos econômicos para o setor”.

“Estamos diante de uma questão de saúde pública e de preservação da imagem do setor de alimentação fora do lar. Bebidas adulteradas podem provocar intoxicações graves e até mortes. Além de destruir a confiança do consumidor, afetam bares e restaurantes que trabalham dentro da lei”, afirmou Gabriel Pinheiro, diretor da Abrasel SP.

Pensando em reduzir os riscos, a associação indica comprar bebidas apenas de consumidores confiáveis, além do descarte seguro das embalagens, orientando que as garrafas de vidro sejam quebradas. Um guia de combate à bebida adulterada foi divulgado pela Abrasel nas redes sociais.

A Associação de Bares e Baladas de São Paulo (Apressa) também publicou um comunicado, afirmando acompanhar com “extrema atenção e preocupação as recentes notícias envolvendo a falsificação de bebidas alcoólicas com metanol”.

A organização também orienta seus associados a realizarem negócios “apenas com produtores e distribuidores oficiais, reforçando a importância de adquirir produtos exclusivamente por meio de fornecedores certificados”.

Conforme o comunicado, a associação reforça que não recomenda a compra de bebidas em “canais paralelos e nem o critério de ‘menor preço’ como fator decisivo”.  A Apressa se colocou à disposição das autoridades e do poder público para ações de fiscalização e prevenção.


Governo divulga balanço de casos

  • Em um balanço atualizado, divulgado nesta sexta, o governo de São Paulo informou que, até o momento, 11 casos de contaminação por metanol foram confirmados no estado.
  • Os casos em investigação passaram a 41.
  • Também até esta sexta, seis óbitos foram registrados em SP, sendo um confirmado (na capital paulista) e outros cinco em investigação (três na capital e dois em São Bernardo do Campo, na região metropolitana.
  • Além disso, nove estabelecimentos interditados cautelarmente pelas Vigilâncias Sanitárias estadual e municipal.
  • Em todo o ano, 15 milhões de selos, rótulos e etiquetas fraudados foram apreendidos, além de 50 mil garrafas apreendidas.
  • Cinco inquéritos foram instaurados para apurar a origem das adulterações, com ações conjuntas de três departamentos da Polícia Civil.
  • Neste ano, houve 24 prisões relacionadas ao crime, sendo quatro na última semana.
  • A Secretária Estadual de Saúde (SES-SP) anunciou a disponibilização de 2.500 ampolas de álcool etílico absoluto para o tratamento de pacientes com intoxicação por metanol, uma vez que a substância atua como um antídoto.

 



Autoria: FLSP

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