Mortes por metanol chegam a cinco em SP – 30/09

Subiu para cinco o número de mortos por intoxicação com metanol no estado de São Paulo, segundo o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva. Os casos ocorreram na capital e na região metropolitana.

A declaração foi dada nesta terça-feira (30) em entrevista no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Também participaram da coletiva o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

De acordo com Eleuses, há no total 22 casos envolvendo intoxicação por metanol —7 confirmados e 15 em investigação. Desses, cinco pessoas morreram, sendo que até o momento em apenas um desses casos há confirmação de que a morte se deu após a ingestão de bebida adulterada.

De acordo com Tarcísio, todos os estabelecimentos em que houver indícios da presença de bebidas adulteradas serão interditados de forma cautelar.

“Não podemos deixar [o estabelecimento] continuar comercializando bebida se temos uma suspeita de que está comercializando bebida fraudada. É uma forma também de checarmos toda a documentação e garantir a segurança da população”, afirmou.

Especialistas dizem que a contaminação de bebida alcoólica por metanol tende a acontecer em casos de falsificação —a substância tóxica pode estar presente em álcool adulterado ou mesmo ser adicionada para aumentar o teor alcoólico de forma barata. A contaminação pela substância não altera o sabor ou cheiro do produto, fazendo com que só seja possível detectá-la com análise em laboratório.

Ainda não se sabe qual é a origem do metanol, nem como as garrafas foram contaminadas. A Polícia Civil investiga bares e adegas suspeitas, locais por onde passaram os pacientes intoxicados.

O governador disse ainda que, por ora, não há indícios de que a adulteração de bebidas com metanol tenha conexão com atividades da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). “Tudo o que acontece agora em São Paulo é PCC. Não tem evidência nenhuma de participação do crime organizado nisso”, afirmou Tarcísio.

Em entrevista coletiva em Brasília, também nesta terça-feira, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que a Polícia Federal abriu na segunda (29) um inquérito para investigar os casos de bebida com metanol. O órgão vai verificar a procedência da substância e se existe distribuição em outros estados, bem como responder se há envolvimento do crime organizado.

Lewandoswki disse que a situação é grave e foge dos padrões comuns. Segundo ele, “ao que tudo indica, [a rede de distribuição] transcende os limites de um único estado”, apesar de, no momento, as ocorrências estarem concentradas em São Paulo.

O diretor da PF, Andrei Rodrigues, disse que o órgão vai investigar o caso e que as respostas virão em “um curto espaço de tempo”. Também disse que esse trabalho será feito junto com outros órgãos, como a Polícia Civil de São Paulo.

Autoria: FLSP

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima