Seu signo do zodíaco está 2.000 anos desatualizado – 16/09

Quer você se importe com horóscopo ou não, você provavelmente conhece seu signo do zodíaco. Eles foram originalmente baseados nas estrelas. Ao longo de milhares de anos, porém, nossa visão sobre as estrelas mudou. Isso significa que seu signo pode não ser aquele que você pensa.

Os 12 signos do zodíaco foram originalmente baseados nas constelações atrás do Sol, a partir da nossa perspectiva na Terra. Antigos astrônomos e astrólogos usavam esses padrões para medir o tempo e prever o futuro.

Por exemplo, o dia 8 de setembro está em Virgem porque há 2.000 anos essa constelação estava mais ou menos atrás do Sol nessa data. Neste ano, no entanto, a constelação que está de fato atrás do Sol em 8 de setembro é Leão, não Virgem.

Existem três razões pelas quais os signos do zodíaco não se alinham mais com as constelações que lhes dão nome:

1. O balanço da Terra

A Terra balança como um pião, que começa a oscilar logo após ser colocado em movimento. Leva 26 mil anos para o polo Norte traçar um círculo completo no céu, apontando para diferentes estrelas ao longo do caminho. Os cientistas chamam esse movimento de precessão axial.

Esse balanço significa que nossa visão das estrelas muda um grau a cada 72 anos. Ao longo dos séculos, essa diferença se acumula. A estrela atualmente acima do polo Norte é a Polaris, comumente conhecida como Estrela do Norte. Mas quando os antigos egípcios estavam construindo as pirâmides, a Estrela do Norte era Thuban. E durante a última Era do Gelo, era Vega.

E não são apenas as estrelas do Norte que mudam por causa do balanço da Terra, mas todas as estrelas. Incluindo as constelações do zodíaco.

Vejamos por exemplo o equinócio de primavera no hemisfério Norte, geralmente por volta do dia 20 de março, que marca o início do calendário do zodíaco na astrologia ocidental.

Há 3.000 anos, o Sol estava na frente de Áries no equinócio. Hoje em dia o Sol está na frente de Peixes. Em cerca de 600 anos, entrará em Aquário. Em 3.000 anos, estará na frente de Capricórnio, e assim por diante.

Essa mudança em nossa visão das estrelas foi descoberta por Hiparco há mais de 2.000 anos. Como não se pode ver estrelas durante o dia, ele esperou por um eclipse lunar —quando a lua está diretamente oposta ao Sol— e usou a posição da lua para descobrir onde o Sol estava.

A astrologia ocidental usa hoje o sistema zodiacal tropical, que é baseado nas posições das estrelas mais ou menos como teriam aparecido para Hiparco, e não como aparecem hoje.

Isso significa que os signos do zodíaco familiares aos ocidentais estão sincronizados não com as estrelas, mas com as estações —Áries começa em março, mesmo que o Sol esteja agora na frente de Peixes.

Os astrólogos ocidentais estão bem cientes dessa incompatibilidade, mas não veem problema em basear os signos nas estrelas como eram há dois milênios.

“Astrólogos que usam o zodíaco tropical estão apenas usando o que consideram ser um sistema igualmente válido”, diz Dorian Greenbaum, historiador de astrologia que leciona na Universidade de Gales Trinity Saint David.

2. As constelações diferem em tamanho

Os signos do zodíaco foram criados há cerca de 2.500 anos pelos babilônios. Seus catálogos de estrelas listavam pelo menos 17 constelações do zodíaco. Mas eles as simplificaram nas 12 constelações do zodíaco que conhecemos hoje, cada uma com 30 graus de largura, como se dividissem o céu em 12 fatias iguais.

Acontece que as constelações não têm o mesmo tamanho. Em 1928, astrônomos dividiram o céu em 88 constelações oficialmente reconhecidas, cada uma com um formato.

Com base nesses limites, o Sol passa mais de duas vezes mais tempo na frente de Virgem do que na frente de Câncer, por exemplo. E passa apenas uma semana na frente de Escorpião.

3. Ofiúco

Ofiúco é a 13ª constelação, segundo os astrônomos. Então, para pessoas nascidas no signo de Escorpião há 2.000 anos, Ofiúco provavelmente estava atrás do Sol no dia de seu aniversário. E por causa do balanço da Terra, a maioria dos sagitarianos também nasceu quando Ofiúco estava atrás do Sol.

Não sabemos por que os babilônios deixaram Ofiúco de fora dos signos do zodíaco. Mas os historiadores acreditam, que quando eles simplificaram o sistema zodiacal, queriam que os 12 signos do zodíaco correspondessem aos 12 meses do seu calendário.

Astronomia e astrologia têm pouco em comum hoje, e não há base científica para a ideia de que os movimentos de estrelas e planetas influenciem nosso futuro ou nossa personalidade.

Mas as duas disciplinas começaram como a mesma coisa há milhares de anos. No século 17, muitos astrônomos também praticavam astrologia. Johannes Kepler, que descobriu como os planetas se movem em elipses, provavelmente aprendeu astrologia na faculdade e criou horóscopo para amigos e patronos. Galileu praticava astrologia e vendia horóscopo como atividade secundária.

Durante o Iluminismo, a astrologia foi separada da astronomia e não era mais considerada uma ciência legítima, diz Greenbaum.

Hoje entendemos as leis que governam os movimentos de planetas e estrelas bem o suficiente para enviar espaçonaves a mundos distantes, detectar ondas gravitacionais e tirar fotos de um buraco negro. Ao mesmo tempo, mais de um quarto dos cidadãos dos EUA acredita que as posições das estrelas e planetas podem afetar suas vidas.

Então, por que a crença na astrologia perdura? “A astrologia é um metamorfo”, diz Greenbaum. “Acompanha o que está na moda e consegue sobreviver.”

Este texto foi originalmente publicado aqui.

Autoria: FLSP

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