Planeta seria um gigante gasoso. Se confirmada, a descoberta marcaria a detecção do planeta mais próximo da Terra que orbita na zona habitável de uma estrela semelhante ao Sol. Apesar disso, por ser gasoso, não teria condições de abrigar vida como conhecemos.
Desafio para o telescópio. “Com este sistema tão próximo de nós, qualquer exoplaneta encontrado oferece a melhor oportunidade para coletar dados sobre sistemas planetários além do nosso. Mas são observações extremamente desafiadoras, até para o telescópio espacial mais poderoso do mundo”, disse Charles Beichman, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa e do Instituto de Ciência de Exoplanetas.
Primeiras imagens. As primeiras observações ocorreram em agosto de 2024, usando uma máscara coronográfica para bloquear a luz intensa de Alpha Centauri A. Mesmo com a interferência da luz de Alpha Centauri B, a equipe conseguiu revelar um objeto mais de 10 mil vezes mais fraco que a estrela principal, a uma distância cerca de duas vezes maior que a separação entre o Sol e a Terra.
O planeta “desapareceu”. Observações adicionais feitas em fevereiro e abril de 2025 não mostraram o mesmo objeto. “Estamos diante do caso de um planeta que desapareceu! Para investigar, usamos modelos computacionais para simular milhões de órbitas possíveis”, contou o pesquisador Aniket Sanghi, da Caltech, coautor dos estudos.
Cientistas exploraram diversas explicações. Segundo Sanghi, metade das simulações indicou que o planeta teria se aproximado demais da estrela nas datas posteriores, tornando-se invisível para o Webb. A análise sugere que ele teria massa semelhante à de Saturno e órbita elíptica variando entre 1 e 2 vezes a distância da Terra ao Sol.
Impacto científico. “Se confirmada, esta descoberta seria um marco na observação direta de exoplanetas”, afirmou Sanghi. “Seria o planeta mais próximo de sua estrela já visto diretamente, com características semelhantes às dos gigantes do nosso sistema solar e localizado no sistema mais próximo da Terra.”